A PROFESSORA E A DISCIPLINA

Eu sempre fui conhecida na universidade como a professora mais rígida e, ao mesmo tempo, a mais calma. Meu controle psicológico costuma ser o suficiente para colocar qualquer adulto no eixo.

Mas naquele dia… não foi o suficiente.

A diretora me chamou cedo, com aquele olhar que já dizia tudo:

Professora Lavínia, precisamos de você. É sobre Valentina Rocha.

Valentina tinha trinta anos, era herdeira de uma empresa enorme de tecnologia aeroespacial, e achava que dinheiro comprava tudo inclusive respeito. Uma adulta teimosa, arrogante e acostumada a mandar.

Mas não comigo.

A diretora suspirou:

Ninguém consegue lidar com ela. Ninguém.

Eu consigo; respondi.

E consegui mesmo.

Quando entrei na sala da diretoria Valentina estava lá, molhada literalmente, o cabelo ainda pingando depois de um incidente no laboratório de testes. Estava irritada, falando alto e cruzando os braços como se ainda tivesse cinco anos mentais.

Professora Lavínia, aquela equipe de idiotas derrubou o solvente em mim! ela disse.

Eu me encostei na mesa, cruzando as pernas, olhando bem nos olhos dela.

Silêncio. Controle.

Valentina… você causou meia dúzia de infrações hoje. Interrompeu uma apresentação, desacatou um instrutor e quase danificou um simulador caríssimo. E, além disso, está falando comigo como se eu fosse uma funcionária sua.

Ela sorriu com desdém.

E o que você vai fazer? Me suspender? Me expulsar? Meu pai resolve isso.

Antes que eu respondesse, a porta abriu.

O pai dela entrou: Heitor Rocha, um homem imponente, sóbrio, respeitado no país inteiro.

Valentina correu até ele:

Pai! Essa professora quer tirar meus direitos no laboratório! Manda ela parar!

Heitor apenas ergueu a mão pedindo silêncio.

E então olhou para mim.

Professora Lavínia… ouvi dizer que a senhora é a única aqui que sabe lidar com adultos difíceis.

Valentina arregalou os olhos.

Pai??? Como assim???

Ele continuou:

Essa mulher é adulta, tem trinta anos, e desde os dezessete nunca aceitou limites. Já tentamos tudo. Mas… pela primeira vez na vida, alguém conseguiu impor disciplina.

Ele respirou fundo. Se a senhora achar necessário… pode continuar.

Foi então que eu vi nos olhos dela aquilo que só eu sei reconhecer:

mistura de fúria, medo e… rendição.

Eu caminhei até Valentina devagar, segurando seu olhar até ela desviar.

Coloquei a mão em seu queixo e a forcei a olhar de novo.

Valentina… você precisa de limites. Não porque eu quero… mas porque você está implorando por isso sem perceber.

Ela tentou recuar, mas eu a segurei pelo braço.

Não com agressividade, com autoridade.

Tire as mãos de mim! ela gritou.

Eu sorri.

Não. Não hoje.

Heitor apenas cruzou os braços, observando.

Uma aprovação silenciosa e pesada.

Eu sentei na poltrona da diretora e puxei Valentina pelo pulso.

Ela caiu sobre meu colo, chutando o ar, completamente indignada.

Professora! Você não tem esse direito!

Eu tenho. E você sabe que quer que eu continue.

A primeira palmada ecoou pela sala.

Firme. Precisa.

Não para machucar, para colocar a mente no lugar.

A segunda fez ela prender a respiração.

A terceira fez o corpo dela parar de resistir.

O pai dela observava, sério.

Eu sentia o olhar dele dizendo “continue”.

E eu continuei.

Num ritmo firme, calculado, dominador.

No fim, Valentina estava imóvel.

Respiração curta.

Vontade quebrada.

E finalmente… calma.

Eu levantei seu rosto pelo queixo novamente.

Você vai obedecer as regras da universidade. Vai respeitar os instrutores. E vai me respeitar acima de todos eles.

Entendeu?

Ela assentiu.

Pela primeira vez desde que entrou ali.

Heitor suspirou, aliviado.

Professora Lavínia… nunca ninguém fez ela se comportar assim. Obrigado.

Eu me levantei, ajeitei meu cabelo e respondi:

Não me agradeça.

Disciplinar adultos que acham que mandam no mundo…

sempre foi minha especialidade.

E saí da sala com um sorriso satisfeito.

Um dia cansativo.

Mas delicioso.

Porque, às vezes, o dever realmente traz prazer.

Nota: Este conto é uma obra da minha imaginação, inspirado em sensações, emoções e elementos de uma sessão real, mas sem relação literal com fatos ou pessoas específicas.

Próximo
Próximo

Aftercare — The Way I Bring You Back Under My Control